quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Freud Deve Explicar

Ultimamente, tenho pensado. Penso que a política se tornou questão de ego. Podemos atestar. Se a política nasceu com a função de cuidar da 'res publica', servir ao bem comum, hoje ela é construída pela medição de força, influência, de números, que só servem pra alimentar EGO(s). Não só ego de candidato, mas ego de equipe e de partidários mesmo. Pensemos juntos: quando as pessoas discutem política, a intenção é que um faça com que o outro adote o seu ponto de vista, passe pro seu "lado". Saber que o "outro" mudou de opinião pelo que lhe foi dito é um grande chamego para o ego, para o que muitos chamam de autoestima, mas eu chamo de VAIDADE. E quantos já se queimaram nessa fogueira de vaidades? Só há conflito quando uma pessoa não aceita o modo de pensar da outra, ou seja, quando alguém sente que sua capacidade de influenciar, de se fazer ouvir e afirmar - EGO - está no prejuízo. Infelizmente, junta-se ao desejo de influenciar os outros, o interesse. Cargos prometidos (ou a guarda do que já se ocupa), a retaliação por um problema passado e até a retribuição de "favores", tudo se torna instrumento de chamego de EGO. E o melhor para o povo, onde fica? Fica lá no fundo da consciência entorpecida. Seria interessante pensar, todavia, que o conceito de 'EGO' é bem contrastante ao de 'GRUPO': o primeiro é parte do plano individual e o segundo do plano social. Ao se pensar a política de acordo com as vontades/ideias EGOístas, contraria-se fatalmente a função essencial de um governo, que não deve ter caráter particular, mas atender a todos, globalmente. Pensar a política só pensando em si, só levando em conta o seu EGO, é se afastar da 'polis' e acreditar que existe vida fora da sociedade. É, também, esquecer que todos compartilhamos a mesma humanidade, as mesmas necessidades, problemas, aflições, e que, apesar disso, somos MUITO quando pensamos MAIS em TODOS NÓS.

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