terça-feira, 29 de março de 2011

Pássaro Galopante

Quase abril de 2011, Japaraíba, Minas Gerais, Brasil, Mundo - e eu ainda estou no mesmo lugar, passando pelos mesmos problemas e indagações de 5 anos atrás. Bom, realisticamente falando, "quase" os mesmos. Acho que a forma de encarar mudou um pouco: de tanto apanhar consegui forjar uma espécie de casco, estilo tartaruga mesmo, onde eu posso me esconder da realidade, do medo, não preciso mostrar o que sinto ou o que sou pra ninguém e é bem mais confortável do que ali fora.
Infelizmente, como nós somos feitos de tantas coisas, de tantas palavras, emoções, desejos e necessidades, alguma coisa lá no fundo sempre me diz que eu estou frita. Frita mesmo, porque se esconder não é atitude digna, que isso é ridículo, infantil, covarde. Só que ultimamente, enquanto milhares de pessoas lutam de cara limpa e desafiam seus opressores e o que as aflige (como as revoluções políticas), aqui no meu mundinho eu continuo do mesmo jeito. Sofrendo dos mesmos males (talvez com alguns a mais do que antes). Mas depois penso: quem é que não se esconde? Quem é que não tem a sua carapaça de lado, pronta pra ser usada quando for necessário? Hein? Quem é que não usa a sua máscara, personalizada, moldada especialmente para embelezar/ocultar os defeitos de seu verdadeiro rosto, do seu verdadeiro "ser"? Sabe, concordo plenamente com Nietzsche, porque se de nós fossem arrancados "todos os véus, os trapos, as cores e os gestos, de nós todos, restaria apenas o necessário para assustar pássaros."