terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A fome



Sabe, cheguei a 2011 sem muitas expectativas. De tudo que já li, de todas as simpatias que já fiz, e dentre todos os textos e previsões astrológicas que já tive em mãos, nenhuma me tocou, nada me emocionou. Nada acende o fogo. Eu sou fogo, sabe. Sou fogo que arde, feito poema do Catatau. Sou feita de um fogo que aquece, ofende, destrói, machuca, domina, forja flechas (palavras, ações), atinge, renova... Mentira. Parece ter perdido a intenção de renovar. É que eu não sei pra onde ir, o que fazer, o que desejar. Minha mãe diz que é falta de fome, pois as pessoas precisam ter fome de alguma coisa na vida (fome de conhecimento, fome de um amor, fome de justiça, de Deus, de comida mesmo), porque é assim que elas se movem. Não sei. Juro que essa teoria dela me intrigou, mas não me fez aquiescer, não. Pelo contrário, eu acho é que tenho fome demais, fome de tudo. Eu quero um amor (e encontro opções demais, leia bem: DEMAIS) e eu quero saber - mas é agora que são elas: eu quero saber da justiça, de Deus, da ciência, da história, da filosofia, dos outros, de mim, do agir, do viver. Falta um prumo, um ponto para unir todas as fomes.

Nós estamos abaixo do Divino, e acima do profano. Mas o que é divino e o que é profano? Qual o nosso grau de divindade que permite julgar algo profano ou vice-versa? Na verdade, nós somos é nada mesmo. Nada.

Se você não concorda, atente para o fato de que muitos dizem que ser o que se é, é tudo o que podemos fazer.
Mas afinal, o que nós somos?

Quem nós somos?


"♪ Someone swears his true love until the end of time, and another runs away.
Separate or united, healthy or insane: To be yourself is all that you can do..."

Um comentário:

Moisés Augusto Gonçalves disse...

Quem somos?
A grande pergunta! Exige mergulhos...